Remanso do Bosque (Belém): cozinha autoral da amazônia!
(26 de outubro de 2014)
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Qual a sua cozinha?
Essa é a pergunta que me faço sempre que viajo para conhecer novos restaurantes…
A dos hermanos (irmãos) Thiago e Felipe Castanho, executada no Remando do Bosque, é a cozinha do Brasil!
Dizer isto seria dizer tudo e ao mesmo tempo dizer o óbvio. Um risco de reduzir à mera redundância…
Ela é mais que isso, é uma cozinha de origem, de paixão pelo ingrediente mais autêntico que eles têm nas mãos, a cozinha amazônica. Uma celebração à cozinha brasileira!!! É uma fidelidade à s suas raÃzes, ao seu paÃs.
Mas essa pergunta seria melhor respondida se a resposta fosse que, através da cozinha, pode-se conhecer as pessoas, através de sua expressão culinária, que é a expressão máxima do seu amor, de se doar através do alimento.
A arte está precisamente em transformar a pedra bruta em sabores originais, com pinceladas contemporâneas, viés autoral, permeados de talento e maturidade!
Assim é que nas mãos dos Castanhos, a cozinha tÃpica ganhou selo e caracterÃsticas próprias. Um black label (selo preto), eu diria. E suplantou todas as fronteiras… Ganhou o Brasil e o mundo… As reportagens, prêmios (internacionais, dentre eles, figurar no número 34, na lista dos 50 Melhores da América Latina) não negam a fama espalhada aos quatro ventos…Tudo isso está causando um rebuliço no metier gastronômico internacional, capaz de alçar os chefs-irmãos ao estrelato! E a responsabilidade de estar protagonizando a escrita das novas linhas da moderna cozinha brasileira….
Soam como surpresa ao nosso paladar, os sabores ingredientes do terroir amazônico do menu degustação da casa…
Tacacachaça é o primeiro aperitivo, numa alusão ao tradicional prato tacacá. Aqui, de maracujá com folhinhas de jambu, a tal erva que deixa a lÃngua dormente…
O beiju ultra crocante e quentinho faziam a incrÃvel manteiga aromatizada com tucumã se desenhar, derretendo sobre ele. Não saberia eleger o melhor entre ele e o bolinho de tapioca na folha de bananeira na brasa. Generosidade em forma de comida, deixou-me pedindo bis eternamente!…
Bolo de macaxeira salgado com suave chantilly de pimenta que dava toda a vida à composição.
Manga e farinha d’água numa clara alusão ao ceviche. Um mix infalÃvel e refrescante e potente! Puro exercÃcio de sabor!
Surpresa eram as batatinhas ariá no tucupi!!! Huuuuuum, essa foi a novidade que me arrebatou. Essas incrÃveis mini batatas são deliciosas e crocantes e aqui, não poderiam fazer um melhor dueto com o sabor do tucupi! Esplêndido!
Seguindo viagem, creme aveludado de abóbora, pele de arroz, camarão seco e farofa de pipoca! Delicadeza em forma de comida, um verdadeiro tesouro revelado!
O Mapará, peixe nativo da região, vestiu-se de elementos da terra, ao ser assado na folha de bananeira e deitar sobre suave e delicado creme de tucupi, com a farinha d’água ultra hiper mega crocante, a garantir o contraste de texturas.
O Filhote, outro peixe nativo, vestiu-se de gala e veio à mesa com leite de castanha do Pará e cará roxo. De sabor inigualável, marcante e suave, de carne tenra e macia, branquinho, ainda deixa marcas no meu paladar e na minha memória… Um dos melhores peixes que minha memória gustativa pôde registrar…
Arroz de pato com tucupi e folhas de jambu adornados por ovo mole tinham uma suculência Ãmpar…
Cupauçu com castanha do Pará, chocolate branco e melaço abriu a fase das sobremesas. O cupuaçu, quase congelado, meio granité.
Bacuri, uma fruta nativa, fazia par com jambo e raspas de cacau da Ilha do Combu.
Antes, porém do ponto final, a única palavra que me resta é tomar emprestado as palavrasde Clarice Lispector, (no seu conto, a Repartição dos Pães), “pão é amor entre estranhosâ€â€¦ Esse amor que transcende a existência e transmuda-se para comida…
Remanso do Bosque
Travessa Perebebuà 2.350 (com Av. Rômulo Maiorana)
Marco – Belém
http://www.restauranteremanso.com.br/
Categorias: Belém em 26 de outubro de 2014 | No Comments »
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